Alex Costa defende máximo de 25 jogadores para o plantel do Vitória

Clube vai a eleições no sábado

O candidato da lista B às eleições do Vitória SC, Alex Costa, defende que o clube da I Liga de futebol pode ter melhores resultados com orçamentos menores e um máximo “ideal” de 25 jogadores por plantel.

Pela primeira vez candidato, o antigo futebolista de Vitória, Benfica, Moreirense e Wolfsburgo (Alemanha) criticou, em entrevista à agência Lusa, o facto de a SAD vimaranense ter tido “mais de uma centena de atletas” com contrato profissional no triénio 2019-22 – na época 2019/20, foram 105 – e vincou que a primeira equipa pode superar as classificações das duas épocas anteriores – sétimo lugar – com menos elementos.

“Precisamos de linhas orientadoras. Uma delas será o controlo do número de jogadores por plantel. O ideal seria termos 25 jogadores na equipa principal e 25 jogadores na equipa B [que compete na Liga 3]. Isso pode ser mais difícil de implementar no primeiro ano, mas queremos chegar lá. Defendemos menos custos, menos quantidade e mais qualidade”, realçou, na antecâmara das eleições de sábado.

Essa redução, vincou Alex Costa, pode ser feita através de vendas, de empréstimos e das saídas com “partilha de passes” de jogadores que “não interessem”, devendo ser aliada à aposta na formação, com vários dos jogadores do escalão sub-19 a ‘abastecerem’ a equipa sub-23, que milita na Liga Revelação.

“Queremos alargar a nossa base nos sub-18 e nos sub-19, e dar aos nossos melhores a oportunidade de competirem nos sub-23, juntamente com alguns jogadores da equipa B que não estejam a ser utilizados. Outros clubes não têm equipa B e jogam com atletas mais velhos na Liga Revelação. Isso vai acelerar o processo [de formação]”, detalhou à Lusa.

A lista B propõe ainda Flávio Meireles, antigo ‘capitão’ do clube, para diretor desportivo e tenciona valorizar a formação, até porque as “principais vendas do clube têm sido de jogadores entre os 20 e os 22 anos”, acrescentou o candidato.

Como entende que o “grosso” das despesas globais da SAD, de cerca de 20 milhões de euros (ME) por ano, se deve a futebolistas, o antigo internacional pela seleção portuguesa frisa que a redução dos contratos profissionais se inscreve no “plano de contingência” de gastos para os 60 dias após as eleições.

Essa é a segunda etapa do plano de restruturação financeira inscrito no programa da candidatura ‘Sim, Vitória’, que prevê uma “injeção imediata de cinco milhões de euros” para “regularizar dívidas a credores e colaboradores”, cumprir “planos de pagamento” e acabar com “operações de antecipação de receita televisiva”.

Cumpridos esses dois passos, Alex Costa propõe a aplicação adicional de 12,5 ME, para cumprir o acordo de aquisição do capital de Mário Ferreira, acionista maioritário da SAD até novembro de 2020 (cinco milhões) e para realizar um aumento do capital da SAD.

Segundo o programa da lista B, esse aumento deve ser de 15 ME, com 7,5 ME oriundos de “parceiros minoritários” e 7,5 ME financiados pelos ativos do clube, que, no entender do candidato, apresenta uma situação financeira mais estável do que a SAD.

“Hoje temos uma SAD em riscos de sobrevivência, com um passivo astronómico [61,7 ME] e capitais próprios negativos [3,8 ME], e um clube que foi diminuindo o seu passivo (…). O Vitória tem, no seu universo, ativos não só a ver com património. Tem as receitas da quotização e dos espaços comerciais à volta do nosso estádio”, vincou.

Já o empréstimo obrigacionista de 20 ME está, em caso de eleição, previsto para o último ano do mandato e tenciona acabar com os “capitais próprios negativos” e gerar mais receitas, com um melhor aproveitamento do Estádio D. Afonso Henriques.

“Temos de melhorar os camarotes do estádio. E com o edifício que tem dentro da cidade, o Vitória tem a obrigação de criar um polo comercial para que os 11 a 12 ME de receita que tem tido por ano, ao longo desta década, seja maior”, acrescentou.

Convencido de que a nova academia deve servir a equipa principal e a B, deixando a existente para os escalões de formação, Alex Costa defendeu ainda políticas que coloquem o “adepto no centro de tudo”, quer os sócios, com “benefícios em produtos e bilhética” para quem angaria outros sócios, quer os espetadores de futebol que queiram “viver um dia” no Estádio D. Afonso Henriques.

Nas eleições de sábado, a lista B, de Alex Costa, vai concorrer com a lista A, encabeçada por António Miguel Cardoso, que repete a candidatura de 2019, e com a lista C, liderada por Miguel Pinto Lisboa, presidente em exercício nos últimos três anos.

 
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