A latada voltou, esta quarta-feira, às ruas de Guimarães, depois de a tradição ter sido interrompida, em 2020, devido à pandemia. No âmbito da Receção ao Caloiro, que decorre de 03 a 06 de novembro, os caloiros desfilaram em festa, a partir das 14:00, pelas ruas de Guimarães, conduzidos pelos “doutores”.
O percurso teve início no extremo da alameda de S. Dâmaso mais próximo do largo República do Brasil, seguiu até ao largo do Toural, com paragens para serenatas a quem via das varandas e o obrigatório hino de Portugal, na torre de menagem da antiga muralha, onde se lê, “Aqui nasceu Portugal”. O cortejo entrou no Centro Histórico pela rua da Rainha que percorreu até ao largo da Oliveira, seguindo pela praça de S. Tiago, rua de Santa Maria, até ao largo Martins Sarmento.
A ‘latada’ acontece no dia em que se inicia o programa de concertos da receção aos caloiros de 2021. São três noites de concertos no Pavilhão Multiusos, de Guimarães. Esta quarta-feira, Quim Barreiros, dá música ao arranque da festa dos estudantes da academia minhota. Amanhã, quinta-feira, é a vez de Toy e sexta-feira os concertos da festa dos estudantes terminam com Julinho KSD.
Entre os estudantes que marcharam pelas ruas de Guimarães, é unânime o sentimento de felicidade pela possibilidade de se voltar a realizar este momento académico. Alguns alunos do 2.º ano, este ano como parte da Comissão Organizadora das Festas, viam de fora um episódio que vai ficar para sempre em falta nas memórias da sua passagem pela universidade.
Pedro Martins, do 3.º ano de educação, conduz uma vintena de alunos do seu curso. “É uma nostalgia que se sente, poder voltar a este momento, depois é uma oportunidade de permitir aos alunos contactar com uma cidade que também faz parte da Universidade do Minho”, refere Pedro Martins, que tal como outros alunos de cursos que funcionam em Braga, veio à Cidade Berço para esta festa. “É muito importante estabelecermos elos com os alunos do 2.º ano, que este ano são a Comissão de Festas, mas que tiveram a praxe online e não é a mesma coisa”, afirma Pedro Martins.
Lara Teixeira, 18 anos, é caloira do curso de Artes Visuais e acha que este momento é importante porque, “desde que pensei em vir para a universidade, sempre pensei em aderir à praxe porque criamos um elo mesmo muito forte. Estamos aqui entre amigos, partilhamos aqui experiências de vida. Por causa da pandemia, muitos colegas não tiveram esta oportunidade, no ano passado. É das melhores sensações de sempre”, atira, eufórica.
Lara está no curso que sempre desejou e não pensa muito em emprego no final do curso. “Uma coisa de cada vez, agora estou feliz. Quando acabar o curso, logo arranjarei alternativas. Um dia de cada vez”, afirma.
Ao contrário do que acontecia no passado, agora as latas que se vão desprendendo dos cordões que os caloiros levam ao pescoço, não ficam pela rua. Os cursos têm alunos escalados para apanharem e ensacarem as latas para depois mandar para a reciclagem. Sinais de um tempo de maior consciência ambiental.