A Câmara de Barcelos garante que a situação provocada por “uma pequena inundação” na EB1/JI de Fraião, na freguesia de Tamel S. Veríssimo, deverá estar totalmente “reparada” esta quinta-feira. Recorde-se que, esta manhã, os pais promoveram um boicote às aulas em protesto contra a falta de condições. Durante as obras de retirada de amianto, choveu no interior do estabelecimento provocando danos e os encarregados de educação exigem agora uma solução.
Em esclarecimento enviado a O MINHO, a autarquia diz que, durante as obras, verificou.se “uma pequena inundação provocada pela chuva que afetou o soalho, situação entretanto já reparada pelo empreiteiro”.
“Igualmente, duas salas foram afetadas na parte elétrica, estando uma delas já reparada e a outra deve ser reparada ao longo do dia de hoje”.
A situação estragou também material escolar. O município garante que “os materiais pedagógicos danificados foram substituídos, numa colaboração da Junta de Freguesia”.
“A situação está a ser acompanhada pela Câmara Municipal, em articulação com o Agrupamento de Escolas”, garante a Câmara.
A obra de remoção de amianto em curso, explica a autarquia, está integrada numa empreitada que inclui cerca de dezena e meia de estabelecimentos de ensino no concelho de Barcelos, obedecendo a um projeto e plano de obra devidamente aprovados.
“Dada a especificidade do material a ser removido, o mesmo é objeto de tratamento adequado, que consiste na remoção cuidada e embalamento, segundo normas definidas por lei”, assegura a autarquia.
Na escola de Fraião, as placas de amianto retiradas estão embaladas no logradouro do estabelecimento. “O material foi removido na ausência dos alunos e dos profissionais ao serviço da Escola. Neste momento, o amianto está embalado e colocado em zona apropriada, não representando qualquer perigo para a saúde dos alunos e dos profissionais”, aponta ainda a Câmara.
Como O MINHO noticiou, os pais cumpriram esta quinta-feira o boicote às aulas na EB1/Ji de Fraião, em Tamel S. Veríssimo, em Barcelos, em protesto contra a falta de condições do estabelecimento. Apesar de os portões estarem abertos, as crianças não foram às aulas e mais de uma dezena de encarregados de educação concentrou-se à porta exigindo soluções.
“Vergonha! Falta de condições no ensino. Arranjem-nos soluções”, podia ler-se, esta manhã, numa faixa colocada à porta da escola.
A situação agravou-se na segunda-feira “com o almoço suspenso” devido às infiltrações, explica Ana Félix, representante da Associação de Pais. “Não se podia cozinhar aqui dentro, então as coisas pioraram, porque os meninos tiveram de sair das salas para espaços comuns e agora estamos sem distanciamento, estamos sem nada”, aponta.
Os pais exigem uma visita do Delegado de Saúde ao espaço para avaliar se este tem ou não condições. Ontem, ficou de por lá passar uma equipa da delegação de saúde, o que não aconteceu: “Ao meio-dia enviaram e-mail a avisar que não podiam comparecer e passaram para hoje a visita”.
Agora, os pais aguardam a inspeção do Delegado de Saúde. “Queremos que veja isto e irá, com certeza, comprovar que não é possível ter 90 crianças num recinto de polivalente e 120/130 entre os três e os dez anos nesta escola, porque as salas estão cada vez a deteriorarem-se mais. Se continuar a chover as salas de baixo também serão afetadas”, antecipa Ana Félix.
Como solução, os pais propõem a colocada de contentores ou a deslocação para outras escolas ou espaços, mas tendo em atenção que muitos pais têm dois ou três filhos em turmas distintas e seria para eles complicado se fossem colocadas em estabelecimentos distantes uns dos outros.