Declarações após o Vizela – Paços de Ferreira (1-1), jogo da sexta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio do Futebol Clube de Vizela:
Álvaro Pacheco (treinador do Vizela): “Foi uma primeira parte muito boa, em que conseguimos manter elevado ritmo e intensidade. Tivemos sempre o controlo sobre o jogo. Criámos oportunidades e fomos sempre eficazes a recuperar bolas. Tivemos um jogo posicional muito bom. Fomos capazes de perceber os espaços para levar a bola para a baliza [do Paços de Ferreira].
Na segunda parte, estávamos em vantagem, mas faltou-nos maturidade para saber gerir os momentos. Entrámos um bocado nervosos, e o Paços, na primeira oportunidade, conseguiu fazer golo. Depois, houve alguma ansiedade. Nunca fizemos antijogo. Promovemos sempre um jogo fluido. O Paços tem a experiência de gerir os jogos que nos faltou. Deveríamos ter sido mais pacientes e objetivos. Mesmo assim, tivemos oportunidades para o segundo golo, mas não tivemos discernimento para o conseguir. Os jogadores mereciam os três pontos, para os dedicar a esta massa associativa fantástica.
O nosso jogo é muito de ligações. O nervosismo tirou a capacidade aos meus jogadores de perceberem quais as ligações. Faltou-nos o posicionamento que tivemos na primeira parte. Na parte final, arriscámos mais, mas o Paços também teve uma excelente oportunidade para marcar, o que seria uma injustiça tremenda.
Preocupava-me mais se não criássemos as oportunidades. Vamos melhorar [a finalização] quando a equipa estiver mais estável. Está-nos a faltar ser premiados. O futebol é feito de um bocadinho de sorte. Quando conseguimos dar fluidez ao jogo, não fomos capazes de passar para a frente. A nossa equipa vai crescer e começar a ter mais fluidez na finalização, para dar corpo ao caudal ofensivo”.
Jorge Simão (treinador do Paços de Ferreira): “Se ao intervalo, [com a equipa] reduzida a 10 jogadores e a perder 1-0, me dissessem que na segunda parte iria empatar o jogo, eu assinava. No fim do jogo, da forma como correu e com as incidências que tem de ter, é difícil de responder. As palavras têm de ser dadas aos meus jogadores, porque as circunstâncias eram muito difíceis e eles mostraram uma capacidade de superação assinalável. Superámos a expulsão, a lesão do Flávio Ramos e a situação de passível grande penalidade. Todas estas situações fazem-me realçar a capacidade destes jogadores conquistarem este ponto.
Tenho muito respeito pelos adversários. Não quero tecer qualquer comentário quanto ao desempenho do nosso adversário. Prefiro focar-me no desempenho da minha equipa, que teve um nível muito bom. Estivemos melhores com 10 contra 11. Quando estávamos 11 contra 11, o Vizela foi melhor. Perdemos duas ou três bolas na construção, que costuma ser fluida. Isso empolgou o Vizela, que estava a fazer a estreia em sua casa e vivia um jogo especial. Mas depois da expulsão, a equipa assentou e mostrou um espírito de superação brilhante.
Consoante as contingências que o jogo teve, isto deu-nos muito mais do que um ponto.
Pareceu-me que ele [Hélder Ferreira] tocou na bola [no lance da expulsão]. Fiquei um bocado surpreendido com toda a consequência do lance, mas ainda não vi as imagens”.