O virologista Pedro Simas defende que o próximo mês será “uma boa altura” para Portugal começar a aliviar as restrições, incluindo o uso obrigatório de máscara em “algumas situações”.
“Agosto vai ser uma boa altura para desconfinarmos gradualmente ainda mais e para começarmos a largar a máscara em algumas situações, na via pública, por exemplo”, avaliou o especialista do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, em entrevista, ontem, à TVI24.
Em agosto, os jovens, faixa etária em que o vírus se está a propagar com maior incidência neste momento, já deverão estar vacinados, se o ritmo da vacinação se mantiver, aponta Pedro Simas, alertando, no entanto, que este alívio não deve ser um radical mas sim gradual.
“Portugal pode vir a ser um grande exemplo para o resto da Europa em termos da aderência que as pessoas têm tido para se vacinarem”, acrescenta.

Pedro Simas esclareceu que, com a população vacinada, o vírus se torna num “não pandémico” e que se “comporta, sobretudo, como os quatro coronavírus que já conhecíamos”.
“Ou seja, é um vírus que não se propaga exponencialmente. A taxa de infeção das pessoas vacinadas é muito, muito baixa. Quando as pessoas saudáveis são infetadas, tem infeções assintomáticas ou ligeiras e transmitem com mais dificuldade a outra pessoa. Contudo, infelizmente, mesmo naquelas pessoas vacinadas que têm doenças graves associadas pode ocorrer uma doença grave”, conclui o virologista, reforçando que “é que muito importante que as pessoas se vacinem”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.086.242 mortos em todo o mundo, entre mais de 189,9 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.207 pessoas e foram registados 930.685 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.