O nadador bracarense José Paulo Lopes ainda não acredita que conseguiu apurar-se para Tóquio2020 nos 800 metros livres, atribuindo o êxito ao “esforço” e a “tudo” o que abdicou em prol do “sonho de uma vida”.
“Significa que todo o processo, esforço e tudo o que abdiquei foi recompensado. Significa tudo para mim enquanto desportista”, assumiu à Lusa o atleta bracarense, de 20 anos.
O nadador do SC Braga venceu a segunda manga das eliminatórias em 07.52,81 minutos, melhorando em mais de 10 segundos o recorde nacional (08.02,16), que já lhe pertencia.
“Senti-me muito bem desde início, durante toda a prova, e, no fim, quando vi todos os portugueses a puxar por mim, pensei que fosse para fazer recorde nacional, baixar dos oito minutos. Quando cheguei à parede e vi aquele tempo não consegui acreditar que era verdade”, confessou.
A vaga nos Jogos foi conseguida por margem superior a dois segundos, pois a marca obrigatória estava fixada em 07.54,31: “Nem eu sei como consegui fazer. Não estava mesmo à espera de fazer tão bom. Claro que todo o trabalho que fiz foi decisivo”.
O êxito do estudante do segundo ano do mestrado integrado em Engenharia e Gestão Industrial da Universidade do Minho deve-se ao “esforço, dedicação e ao abdicar de várias coisas”, assumiu o nadador, desde os três anos, que vai disputar a final dos Europeus, no sábado, em Budapeste.
Para Tóquio está ainda “sem expectativas”, uma vez que ainda não consegue “acreditar” no feito e nem sequer conseguiu falar convenientemente com o seu treinador, Luís Cameira.
“Estávamos os dois tão felizes que nem deu para falar disso”, gracejou atleta, convencido de que a sua vida “pode mudar bastante” após garantir a estreia olímpica, “quase o meu objetivo de vida”.
Nas piscina em Tóquio2020 vai estar acompanhado de Gabriel Lopes e Alexis Santos nos 200 metros estilos, de Tamila Holub (Braga) e Diana Durães (Fafe) nos 1.500 metros livres e ainda de Ana Catarina Monteiro nos 200 metros mariposa.