Dário Gonçalves Silva, ‘cabreiro’ de profissão residente em Arcos de Valdevez, viu hoje abater-se uma tragédia sobre o seu rebanho de “mais de 300 cabras”, depois de um relâmpago matar 68 dos animais.
Tudo ocorreu esta tarde, pouco depois das 15:00 horas, quando “dois ecos de trovão” se abateram sobre o monte de Estorninhos, entre as freguesias de Gondoriz e de Sá, contou o proprietário dos animais a O MINHO.
“Eu estava ao telefone, ouvi dois ecos de trovão e vi uma labareda num bocado de tojo (mato), olhei para o lado e vi duas cabras atordoadas, e quando olhei para outro lado vi muitas outras no chão. Nunca tinha visto nada assim na minha vida, todas em fileira, junto umas às outras, mortas”, lamenta.
Dário explica que, em “40 anos de serra”, nunca viu “tal coisa”. “É um terror. Nunca vi disto, o relâmpago deve ter caído aqui, iniciado um incêndio ali num tojo e matado as cabras, é que não há outra explicação para a morte delas”, afirma o produtor de 53 anos, prestes a completar 54 na próxima semana.
O incêndio provocado pelo relâmpago, conta, foi “uma fogueirinha que se apagou logo com a chuva”. Mas o impacto nos animais foi fatal para muitos.
Tanto veterinária municipal, vereador da Proteção Civil, e técnico do Ministério da Agricultura estiveram no local e afiançam que só poderá ter sido esse o caso, embora o ministério ainda vá proceder à realização de análises.
“Só me vão dizer qualquer coisa depois”, disse Dário.
Olegário Gonçalves, vereador da Proteção Civil, também afirma: “Nunca vi nada disto, é terrível”. “Acabei de chegar de lá, aquilo é comovente e ao mesmo tempo um cenário de terror”, disse.
O responsável político ainda não sabe qual o procedimento a adotar agora. Os corpos dos animais vão ter de ser recolhidos mas não podem ser enterrados, por exemplo, no local onde morreram, uma vez que existem nascentes de água e é onde está localizado um depósito de água que abastece a freguesia de Gondoriz.
Dário Lima também não sabe o que irá acontecer de seguida. “Não sei o que vai fazer aos animais e não sei se vou ter direito a alguma indemnização. Este foi sempre o meu trabalho, tenho mais de 300 cabras mas desta vez fiquei logo sem 68 de uma vez, é muito complicado”, lamentou.
O caso está entregue ao Ministério da Agricultura que irá determinar os procedimentos a adotar.