Em Arcos de Valdevez sucedem-se os incêndios. Desde o dia 1 de setembro até à noite desta segunda-feira, espaço de uma semana, já foram registados 25 fogos florestais. Só num dia – 2 de setembro – foram oito. E já arderam mais de 50 hectares.
Filipe Guimarães, comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, é peremptório: “É tudo mão criminosa, não tenho dúvidas”. E justifica: “A maior parte deles é à noite. Ainda [na noite de domingo para segunda] tivemos um grande na freguesia de Vale, que começou por volta das 22:00 e andámos lá até às 5:30”.
Com tantas ocorrências, os bombeiros não têm descanso. “Provoca-nos um desgaste imenso. Temos um reforço de dispositivo no período noturno, que são pessoas que largam o trabalho e depois vêm fazer a noite ao quartel. Até nestes dias que estamos com alerta laranja conseguimos ter mais de 20 operacionais em permanência no quartel. E isto é muito desgastante porque no dia seguinte as pessoas vão para o trabalho”, realça Filipe Guimarães.
O comandante destaca que o corpo de bombeiros tem dado “conseguido dar conta do recado”, mas já começa a sentir cansaço. “Neste momento é mais o tempo de atividade nos incêndios do que o tempo de descanso”, aponta.
A região do Minho está em situação de alerta decretada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) devido ao aumento do risco de incêndio até às 23:59 de hoje.
A medida abrange os distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Face às previsões adversas, a Proteção Civil acionou para os mesmos distritos o estado especial de alerta laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro.
Além do estado especial de alerta laranja para todos os distritos a norte do rio Tejo, vão estar em estado de alerta especial amarelo os restantes distritos do território continental, designadamente Setúbal, Évora, Beja e Faro.
Em situação de alerta é proibida a realização de queimas e queimadas e o uso de fogo de artifício ou de outros artefactos pirotécnicos, e são proibidos o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”.
Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos elétricos como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.