A Direção-Geral do Património Cultural vai propor ao Governo a classificação da Ponte de Rês e Caminho de Ruivães, em Vieira do Minho, como “conjunto de interesse público”, de acordo com anúncio publicado hoje em Diário da República.
O anúncio, datado de 05 de março e assinado pelo diretor-geral, Bernardo Alabaça, refere que o processo vai agora estar em consulta pública, por um período de 30 dias.
Segundo um parecer da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), datado de 2014, o monumento situado nas encostas da serra da Cabreira, na margem esquerda do Cávado, fazendo a travessia sobre o rio de Saltadouro, “possui uma envolvência paisagística notável (…) com as margens ocupadas por muita arborização autóctone”.
No parecer, DRCN considera que “a autenticidade e a antiguidade da ponte e do caminho de Ruivães corporizam valores patrimoniais relevantes que merecem proteção e valorização” e que “o tempo, a história, a memória e a função tornam a ponte e o caminho indissociáveis”.
O valor de memória “também é expressivo, enquanto testemunho de um episódio no período da Invasões Francesas com significado regional”, sendo que, a tudo isto, “acresce a qualidade do enquadramento natural dos bens em presença que muito contribui para a interpretação do significado cultural do lugar”, lê-se.
Na descrição daquele objeto no distrito de Braga, quanto à ponte, a DRCN explica que é uma “estrutura de origem tardo-medieval, de um só arco de volta periférica que mantém as características construtivas íntegras”, sendo que “para apoio do arco utilizaram-se dois afloramentos rochosos com maior proeminência nas margens, adaptados para permitir a colocação dos blocos de alvenaria que constituem propriamente a estrutura da ponte, tudo executado de forma exemplar e que permanece até hoje sem alterações significativas”.
As características reconhecíveis do arco “sugerem uma cronologia situada pelos séculos XII-XIV, sendo que a ponte de Rês unia o trajeto de Ruivães a Salamonde e integrava a antiga via militar romana que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga), por Aquae Flaviae (Chaves)”.
Quanto ao troço designado “Caminho de Ruivães”, este tem início junto da Estrada Nacional 103, no troço em direção a Salamonde, e vai até à povoação de Ruivães.
“Ao longo do trajeto atravessa a designada Quinta da Cruz, local onde as características do percurso se encontram menos conservadas. Todo o restante trajeto, quer o que se desenvolve na margem norte quer aquele ao longo da margem sul do rio de Saltadouro conserva extensos troços pavimentados com lajeado”, refere o parecer.
O caminho atravessa várias linhas de água, onde surgem dois pontões designados como da Corga de Mendo e da Ribeira de Chedas conforme as linhas de água a que estão associados e que apresentam as seguintes características: ” Típica ponte de padieira, formada por grossas e compridas lajes graníticas, dispostas transversalmente ao leito do rio, que vencem em vão único”, enumera a DRCN.