Sedentarismo afeta 80% de crianças estudadas pelo politécnico de Viana do Castelo

Feira do Emprego do IPVC (2019)

Um projeto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) sobre as rotinas das famílias portuguesas durante o confinamento de prevenção da covid-19, concluiu que das 2.167 das crianças estudadas, cerca de 80% têm hábitos sedentários.

Em comunicado hoje divulgado, o IPVC revelou que a conclusão resulta dos primeiros dados recolhidos num inquérito ‘online’, em curso, ao qual já respondeu um universo de 1.973 famílias.

“Os dados confirmam a tendência geral decrescente do tempo de atividade física ao longo da infância, mas as crianças que vivem em condições de confinamento obrigatório apresentam um grande tempo de sedentarismo, especialmente devido à grande percentagem de tempo de jogo sem movimento (até aos 5 anos de idade) e do aumento do tempo de ecrã lúdico após essa idade”, concluem os quatro investigadores envolvidos no projeto.

Segundo os primeiros resultados do projeto realizado pela Escola Superior de Desporto e Lazer (ESDL) do (IPVC), da Faculdade de Motricidade Humana (UL) e da Escola Superior de Educação (IPLx), “há um decréscimo de 69,4% do tempo que as crianças dedicam à atividade física, um aumento de 68,4% do tempo dedicado aos ecrãs e um aumento de 82,8% nas atividades em família”.

O estudo, desenvolvido pelos investigadores Rita Cordovil, Luís Paulo Rodrigues, Carlos Luz e André Pombo, refere que “o tempo de sedentarismo aumenta com a idade, atingindo os 62% na faixa etária dos 0-2 anos, 72% dos 3 aos 5, 78% dos 6 aos 9 anos e 84% na faixa etária dos 10 aos 12 anos”.

A investigação considerou a percentagem de tempo que cada criança passa acordada, concluindo que “o tempo de ecrã lúdico (não contando aulas e trabalhos online) aumenta ao longo das faixas etárias, atingindo valores de 24% na faixa etária dos 0-2 anos, 27% dos 3 aos 9 anos e 33% na faixa dos 10 aos 12 anos”.

O estudo não verificou “diferenças acentuadas entre sexos, tendo rapazes e raparigas valores muito semelhantes em praticamente todas as atividades”.

O inquérito decorrerá durante o tempo de confinamento social motivado pelo surto de coronavírus e “está já a ser replicado em países como Grécia, Espanha, Reino Unido, Bélgica, EUA, Austrália e Nova Zelândia.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 400 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).

 
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