Habitantes continuam ‘afastados’ de localidade em Arcos de Valdevez

Risco de derrocada

As 28 pessoas retiradas do lugar de Frades, na freguesia de Portela, em Arcos de Valdevez, por perigo de deslizamento de terras, permanecem afastadas de casa, situação que será reavaliada no domingo pela proteção civil.

“Hoje ainda não estão reunidas condições de segurança para o regresso das pessoas às suas casas. No domingo a proteção civil municipal irá reavaliar a situação”, afirmou hoje à Lusa o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves.

O lugar de Frades foi evacuado, na sexta-feira, cerca das 17:20 “por prevenção e salvaguarda da comunidade”, face ao perigo de deslizamento de terras.

Trata-se do mesmo lugar do distrito de Viana do Castelo onde há 19 anos uma tromba de água matou quatro pessoas.

A decisão foi tomada cerca das 16:00 pelos serviços municipais de proteção civil, “face à chuva que tem caído nas últimas horas e à previsão de mais pluviosidade” prevista para os próximos dias.

Na altura, João Manuel Esteves disse que a decisão foi sustentada na opinião dos investigadores da Universidade do Minho, responsáveis pelo estudo “Risco de Movimento de Vertente”, realizado para aquele lugar.

Os 28 habitantes daquele lugar, “maioritariamente idosos”, estão realojados em casa de familiares, numa instituição e numa residencial do concelho.

Em dezembro de 2000, uma intempérie desalojou oito famílias de Arcos de Valdevez. Na freguesia de Portela, a tragédia aconteceu quando terra, lamas e pedregulhos, alguns com mais de uma tonelada, caíram pela encosta, de uma altura de cerca de 100 metros, e se abateram sobre o lugar de Frades, destruindo completamente duas casas e causando sérios danos em mais três.

No lugar de Cestães, freguesia de Sabadim, quatro famílias tiveram de ser retiradas face à iminência de as suas casas ficarem soterradas.

Os fortes efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos, um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas, registando-se 9.500 ocorrências no continente português, na maioria inundações e quedas de árvore.

O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou hoje o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

No balanço realizado às 13:00 de hoje, a Proteção Civil indicou que a situação no rio Mondego é a mais preocupante, estando a decorrer evacuações para prevenir os efeitos de eventuais cedências de diques.

O IPMA já havia alertado para os efeitos da depressão Fabien, em especial no Norte e no Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 140 km/hora nas terras altas.

Prevê-se que estes efeitos vão diminuindo e que se registe uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21:00 de hoje e as 12:00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima, a que se soma Vila Real, por causa de fortes rajadas de vento, que podem atingir 140 quilómetros/hora.

 
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