Um investimento de mais de meio milhão de euros vai ser aplicado na reestruturação e reconversão de mais de 40 hectares de vinha da casta Alvarinho, na sub-região de Monção e Melgaço, informaram hoje os promotores.
Em causa está uma candidatura, promovida pela Quinta do Soalheiro e pela Associação dos Viticultores do Vale do Minho (Avitiminho) ao regime de apoio à reestruturação e reconversão das vinhas (VITIS).
Monção e Melgaço distinguem-se na Região dos Vinhos Verdes pela forte produção de vinho Alvarinho, sendo os dois municípios considerados o “território berço” da casta.
Na nota hoje enviada à imprensa, a Quinta do Soalheiro adiantou que aquela “candidatura representa mais uma aposta no território do vinho, neste caso da sub-região de Monção e Melgaço: a Origem do Alvarinho”.
Para os promotores, o investimento “mostra que a união dos concelhos de Monção e de Melgaço, das entidades locais, do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), da ViniPortugal e dos Vinhos Verdes fará toda a diferença na sua sustentabilidade social, económica e ambiental deste território”.
Para concorrer àquele regime de apoio à reestruturação e reconversão da vinha foi constituída “uma agrupada de 88 produtores, com uma área superior a 40 hectares de vinha”.
“Coordenada pela Avitiminho, os elementos do Clube de Produtores de Monovarietais do Vinho Verde, fundado pelo Soalheiro, e outros viticultores da região integraram uma agrupada onde os viticultores de minifúndio têm ajuda para tornar as suas parcelas de pequena dimensão rentáveis”, especifica a nota.
O Clube de Produtores de Monovarietais do Vinho Verde, “surgiu em 2018 para a formação dos produtores da região, nomeadamente na formação obrigatória em COTS (Conduzir e Operar o Trator em Segurança)”.
O clube “integra atualmente mais de 150 viticultores cujo foco na qualidade, no enoturismo e na inovação são prioridades” afirmam os produtores do Soalheiro.
Segundo dados da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), a sub-região de Monção e Melgaço tem uma área total de 45 mil hectares, 1.730 dos quais cultivados com vinha, sendo que a casta Alvarinho ocupa cerca de 1.340 hectares.
A sub-região tem no mercado 253 marcas de verde, produzidas por 2.085 viticultores e 67 engarrafadores.
Por ano, os dois concelhos produzem 10,2 milhões de litros de vinho verde (74% branco, 10% tinto e 3% rosé).
Desde 2015, a produção de Alvarinho foi alargada a outras zonas do país, fora dos dois concelhos do Alto Minho, em resultado de acordo alcançado pelo Grupo de Trabalho do Alvarinho (GTA), constituído pelo anterior Governo PSD/CDS e liderado pela CVRVV, defensora do alargamento da produção daquele vinho aos 47 municípios que a integram.
O acordo foi aceite pelo município de Monção. Já os produtores de Melgaço, acionistas da empresa “Quintas de Melgaço”, cuja maioria do capital é detido pela autarquia, contestam o acordo, considerando que “prejudica” a sub-região.