Processo de instalação de aviário polémico em Arcos de Valdevez “está encerrado”

População temia “alto risco sanitário” da produção de mais de 30.000 aves no local.

O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez garantiu, esta quinta-feira, estar “encerrado” o processo de instalação de uma exploração avícola em Padreiro, contestado pela população por temer o “alto risco sanitário” da produção de mais de 30.000 aves.

João Esteves, ao centro, autarca de Arcos de Valdevez. Foto: Arquivo

“Para a câmara municipal é um processo encerrado. O projeto foi rejeitado liminarmente pelos serviços camarários por apresentar discrepâncias nas áreas que constam das plantas e as que são referidas nos títulos de propriedade dos terrenos. O interessado contestou, mas os argumentos foram igualmente rejeitados”, afirmou o social-democrata João Manuel Esteves.

Foto: DR

Numa página criada nas redes sociais, intitulada “Preservação Património de Santa Cristina”, consultada pela Lusa, os habitantes da União de Freguesias de Padreiro (Salvador e Santa Cristina) congratulam-se com a decisão do “arquivamento do projeto”.

“Com união, coragem e perseverança pode haver justiça”, lê-se na publicação daquele grupo que, em setembro, exigiu a anulação do projeto, com cerca de um hectare.

Numa carta então enviada ao presidente da câmara, o movimento cívico defendia que o investimento representa um “alto risco sanitário”, por estar previsto ser instalado a “cerca de 400 metros das habitações de Padreiro Santa Cristina e a 200 metros de habitações da freguesia de Miranda”.

No documento, alertavam também para os riscos que implicaria na “saúde pública e nas linhas de água, com nascente naquela zona”.

“Uma instalação de criação intensiva, com cheiros e contaminação para o ar e para as águas, não pertence a uma localização rural e residencial como Padreiro”, lê-se na carta que refere que “o contrato de arrendamento do terreno baldio com o promotor foi celebrado dia 25 de julho, por um prazo de 20 anos, sem nenhuma proteção para os residentes”.

Na altura, o promotor do projeto explicou à Lusa que “a candidatura do projeto, já aprovada pelo Programa de Desenvolvimento Regional (PDR), foi elaborada por uma equipa técnica especializada, cumprindo todas os requisitos legais”.

O investidor local adiantou ter promovido uma sessão de esclarecimento na aldeia, com a participação de um engenheiro zootécnico, mas que a população recusou ser informada sobre o projeto que, garantiu, dá “resposta a todas as exigências ambientais e de salvaguarda da saúde pública”.

“É legítimo que as pessoas se preocupem com a sua aldeia, mas é preciso que o façam de forma esclarecida. Eu tentei explicar que o projeto não vai provocar mau cheiro por recorrer às mais avançadas tecnologias, que vai ficar instalado à distância obrigatória das habitações, mas as pessoas não quiseram ouvir”, referiu, na altura.

 
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