45 alunos de Engenharia Aeroespacial da UMinho começam aulas práticas no aeródromo do Cerval

Universidade projeta criação de hangar para atividade aeronáutica
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Um total de 45 alunos da licenciatura e do mestrado em Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho fazem a sua primeira experiência de voo, em 04 de março, no aeródromo do Cerval, em Vila Nova de Cerveira, no quadro de um acordo de cooperação entre o Aeroclube do Alto Minho (AAM) e a aquela universidade.

O presidente do Aeroclube, Carlos Alberto Silva adiantou ao O MINHO que os estudantes terão, ainda, contacto com as vertentes da meteorologia, em matérias dadas por docentes do curso.

O ato, uma espécie de inauguração da parceria, e que decorre todo o dia, conta com a presença do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, do presidente da CCDR-Norte, António Cunha e com o autarca cerveirense, Rui Teixeira.

Ao que apuramos, a UMinho projeta construir um hangar na zona do aeródromo, para ali poder dar aulas práticas e criar um pequeno laboratório para experiências aeronáuticas. Espaço não falta dado que o aeródromo tem 30 hectares.

Em paralelo, as Câmaras de Cerveira e de Valença – que gerem a pista de aterragem – estão a certificá-la para que se torne de classe 1, ou seja, para que nela possam operar aviões de maior porte.

O Cerval tem 60 aviões estacionados e que dali partem, pilotados por portugueses e por galegos.

Aeroclube do Alto Minho e universidade assinaram protocolo

Como O MINHO noticiou, em janeiro, as partes assinaram um protocolo de colaboração que visa o desenvolvimento de projetos na área da aeronáutica, como programas de formação, adaptação ao meio aéreo, conferências e workshops.

Na ocasião, o novo diretor da nova licenciatura em Engenharia Aeroespacial da UMinho considerou o momento “especial” e “fundado numa visão de médio prazo”.

”Permitirá a partir de fevereiro aos alunos do curso experiências de voo em aeronaves ligeiras, além de lidarem desde cedo com questões operacionais e meteorológicas, entre outras”, disse Gustavo Dias, que elogiou as caraterísticas do aeródromo de Cerval, situado na raia entre Cerveira e Valença, e que, por isso, numa segunda fase pode até propiciar-se uma extensão da atividade aeroespacial da UMinho, além de outros projetos de investigação e oportunidades para ambas as partes.

O curso de Engenharia Aeroespacial – licenciatura e mestrado – estreou-se este ano com a nota de entrada mais alta da UMinho e, também, do top 10 nacional. “Temos uma procura continuada por novas áreas de formação relevantes para a região e o país, por isso há razão para estarmos satisfeitos com esta aposta ganha, soubemo-nos antecipar e responder às necessidades”, sublinhou o reitor.

A sessão contou com a presença da vice-reitora para a Educação e Mobilidade Académica, Filomena Soares, do presidente da Escola de Engenharia, Pedro Arezes, do representante da Ordem dos Engenheiros, Hugo da Cal Barbosa, e de representantes dos municípios de Cerveira e Valença, entre outros.

Aeródromo é considera um dos mais importantes da Península Ibérica

O aeródromo de Cerval, uma antiga pista para aviões florestais, é considerado um dos mais importantes da Península Ibérica. Está fora dos corredores principais de operação aeroportuária comercial, tem gestão operacional em contínuo e a possibilidade de reserva de espaço aéreo.

Possui também interesse histórico, pois o pioneiro da aviação americano Charles Lindbergh reabasteceu ali perto em 1933, aquando da sua ligação Grenoble-Lisboa. Devido ao tempo adverso na passagem sobre os Pirenéus, que ditou um maior consumo de combustível, Lindbergh amarou então o seu hidroavião no rio Minho, junto à Ínsua de Castro, em Friestas, Valença. Em 1995, foi erigido um monumento alusivo no local.

 
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