Vinte anos de prisão por homicídio qualificado. Foi esta a pena aplicada pelo Tribunal de Braga a Inácio Filipe Ferreira Bessa, de 42 anos, que assassinou à facada um homem, João Carlos Barbosa, com quem residia na Quinta do Brasileiro, em Arcozelo, Barcelos.
O crime, que ficou conhecido como «dos arrumadores» – tarefa a que ambos se dedicavam – ocorreu a 24 de setembro de 2017 num anexo em estado de degradação onde moravam.
O coletivo de juízes deu como provado que, em setembro de 2017, o João Barbosa, o primeiro residente do casebre, pediu ao Inácio Bessa que saísse, pois tinha começado a namorar. Pedido que repetiu no dia do crime: “tens que sair, quero trazer a Lurdes”, disse.
Confrontado com a exigência, o Bessa sacou de uma faca com um cabo de 12 centímetros e uma lâmina de 14, e espetou-lha nas costas.
“Ah, filho da mãe que me mataste”, exclamou a vítima, que tentou fugir, mas levou dois outros golpes profundos nas costas que lhe causaram lesões graves nos pulmões e lhe provocaram a morte.
O Tribunal teve em atenção, na valoração da pena, o facto de o homicida não ter dado qualquer hipótese de defesa à vítima, que caiu “ensanguentada e prostrada”.
Homicida expulso
No dia seguinte ao do crime, um grupo de moradores da zona, farto de viver junto a um local de venda de estupefacientes, revoltou-se contra a presença do assassino na casa e expulsou um toxicodependente que ali
se dirigia para comprar drogas. O Bessa foi fazer “mais umas moedinhas” a arrumar carros e entregou-se à Polícia.
Em julgamento, confessou o crime.