Em 1977, o Jornal de Notícias gabava-lhe a determinação, apontando que, como presidente de Câmara, “ia além das suas forças, a ponto de não ter horário trabalhando até de madrugada, inclusive aos domingos”. Em 1979, o Aurora do Lima falava das suas atitudes progressistas como se de vitórias se tratassem, apontando a criação de zonas industriais como de uma grande importância para o concelho.
Quando faleceu, em 2005, foi ainda recordado como sendo o responsável pela criação de iniciativas como a Festa da Mimosa ou o Maio Florido na cidade de Viana do Castelo. Trata-se de António Cunha, o primeiro presidente da Câmara de Viana do Castelo democraticamente eleito e fundador do reconhecido grupo de transportes rodoviários AVIC.
À passagem dos 50 anos do 25 de Abril, António Cunha é recordado pelo grupo AVIC em Viana do Castelo por ter vencido as primeiras eleições municipais democráticas, em 12 de dezembro de 1976, através de voto popular. Este é também o ano que assinala os 100 anos do seu nascimento.
Na altura, António Cunha era um “reconhecido empresário empenhado em promover Viana e a região do Minho nacional e internacionalmente”, lembra o filho Valdemar Cunha, atualmente administrador no grupo AVIC e da Fundação Santo Inho, numa nota biográfica enviada a O MINHO.
“Foi desafiado a candidatar-se, concordando em fazê-lo apenas como independente”, considera Valdemar Cunha, que lidera o negócio fundado pelo seu pai, ainda na década de 1950. Para o descendente, “esta decisão demonstrou o seu compromisso com o desenvolvimento de Viana do Castelo, apresentando-se como um vianense de coração, proveniente de uma região historicamente negligenciada e economicamente desfavorecida – o Alto Minho”.
O mandato foi curto – de apenas três anos -, mas o neto recorda que conseguiu executar o seu plano nesse período de tempo, criando “condições para o progresso futuro da cidade, como a Zona Industrial do Neiva (1ª e 2ª Fase, com a 3ª Fase reservada), Porto de Mar, habitação social – com mais de 1.600 casas em construção ou contruídas – e espaços de lazer e cultura, entre muitas outras”.
António Cunha faleceu em 2005 vítima de pneumonia, aos 81 anos, e foi sepultado em Darque, Viana do Castelo. Além das funções como presidente da Câmara de Viana do Castelo, foi também vereador e presidente da Comissão Municipal de Turismo entre 1968 e 1970.