O humorista e apresentador Nuno Markl manifestou-se encantando com o homem que ficou viral nas redes sociais após admitir que estava na procissão das Cruzes, em Barcelos, apenas “de obrigado”.
“Sinto que é este senhor que quero ser um dia”, escreve o criador do programa “Homem que Mordeu o Cão”, da Rádio Comercial, e coapresentador do “Task Master”, na RTP, na sua conta de Instagram onde tem 886 mil seguidores.
E desenvolve: “Quero atingir este nível de franqueza, esta fusão encantadora de honestidade e, ao mesmo tempo, quase doçura na maneira como ela é disparada, provando que uma pessoa pode lançar alfinetadas de sinceridade e que não deixam de alfinetar, mesmo que a cabeça do alfinete seja de caramelo fofo”.
Nuno Markl salienta ainda “o desespero da pobre jornalista em busca de um pouco de empolgamento. ‘Não tem orgulho?'”.
“O homem só queria estar sossegado em casa, caramba. Isso sou eu 95% do tempo, só que disfarço”, conclui.
“Se não fosse de obrigado não estava cá”
Na sexta-feira, 03 de maio, dia de feriado municipal, a Rádio Barcelos estava a fazer reportagem em direto, com transmissão de imagem pelo Facebook, quando a repórter interpelou um dos participantes na tradicional procissão que junta as cruzes das 89 paróquias do concelho.
Só que as respostas foram completamente inesperadas e a entrevista insólita acabou por viralizar nas redes sociais, onde foi partilhada pela página de entretenimento Bílbia Mt Engarsada.
A jornalista questiona o homem, chamado António, da freguesia de Pereira, sobre o que representa para ele estar naquela procissão, que é um dos pontos altos da primeira grande romaria do Minho.
António responde: “Representa muito daquilo que eu não sei”. E larga uma risada.
Depois, acrescenta que “é a primeira vez” que participa na procissão, mas que só o faz “de obrigação”.
“Claro que é de obrigação isto, se não fosse de obrigado não estava cá”, afirma o entrevistado.
Perante nova pergunta da jornalista, o homem justifica que “é uma lei da freguesia que tem que ser”.
A repórter insiste que ele é “livre de aceitar” participar ou não na procissão, ao que António contrapõe: “Livre de aceitar, mas há obrigações a cumprir”.
O entrevistado explica que está a representar a Confraria do Subsino, pelo que se deduz que a “obrigação” é em relação àquela entidade. “Tenho a função e tenho o dever de fazer”, reforça.
Questiona se tem orgulho em ali estar, responde também sem grande ânimo: “O orgulho é como tudo, é como outro desafio qualquer”.