Aventureiro de Guimarães cruza sétimo país ao fim de 5.000km

‘Ricky Oddisey’

Henrique Pereira chegou hoje ao sétimo país do percurso que tem efetuado na sua Volta à Europa a pé, cruzando a fronteira de San Marino, na península itálica.

“Cheguei ao 7° país hoje, dia 30 de junho, e ultrapassei já os 5000km”, sublinhou ‘Ricky’ esta manhã a O MINHO, enviando registo fotográfico da entrada naquela “micronação” que é tmabém um dos mais antigos estados do mundo.

A odisseia de Henrique chegou assim a um novo ponto, depois de várias dificuldades sentidas ao longo de meio ano, onde escapou a tentativas de assalto, foi abalroado por viaturas, mal recebido por autoridades e muitas vezes dormiu nos locais mais inóspitos.

Fonte: Ricky Oddissey

Mas também conheceu momentos bastante positivos, ao ser recebido em casa por pessoas de coração aberto que não o conheciam, pelo apoio prestado por muitas entidades, incluíndo a polícia que o escoltou numa estrada complicada, ou até por um simples café pago ou um “olá” durante a viagem, que lhe conferem ânimo para concluir a epopeia.

Ao todo, Henrique já percorreu 5.000 quilómetros ao longo de sete estados: Portugal, Espanha, França, Mónaco, Itália, Vaticano, e agora San Marino.

Poucos apoios

A falta de apoios para esta viagem é notória. Henrique juntou um pé de meia que qualquer pessoa com menos de 30 anos e a trabalhar pelo salário mínimo numa fábrica consegue juntar, ou seja, quase nada, e se para já vai colmatando as necessidades, esta viagem terá a duração de 26.000km, e será circular, ou seja, regressa a Guimarães também a pé. 

“Tenho um pequeno apoio da minha Junta de Freguesia, cuja bandeira levo por todos os países da Europa, mas não tenho mais nada, a Câmara de Guimarães não me respondeu, a Decathlon a nível europeu ficou de me dar uma resposta depois da loja de Guimarães se oferecer para me patrocinar no equipamento. Mas era só a de Guimarães e isso não me serve para esta viagem, tem de ser a Decathlon a nível europeu”, explicou. 

Com os salários em Portugal, não dá para viajar

E porque é que Henrique está a retirar quatro a cinco anos da sua vida para andar por todos os países do continente europeu? “Eu não gosto de estar parado no mesmo sítio, gosto de aprender, conhecer cidades e culturas, mas com o salário em Portugal não dá para viajar, já é difícil evitar ir para debaixo da ponte, quanto mais viajar”, explicou. 

Como “estava farto de trabalhar por dois e receber por um, quatro meses antes de me despedir decidi ir dar a volta a Europa, que era algo que já estava na minha cabeça, mas o planeamento, aprender a sobreviver neste contexto, sobretudo em relação à vida selvagem, é algo pelo qual me interesso há pelo menos 2 ou 3 anos”, confidenciou. 

Mapa pela Europa tem perigos mortais

Henrique tem o mapa delineado, não só para evitar fazer mais quilómetros que os necessários mas também para tentar evitar ficar muito tempo longe da ‘civilização’, evitando dessa forma o risco de não ter acesso a água ou comida durante vários dias. 

Entrou em Espanha por Badajoz, e seguiu por Marbella, sempre pela costa, até Itália, passando por França.

“Em Itália vou a Turim, Milão e faço um desvio para ir a Roma, porque até é pecado estar em Itália e não ir a Roma (risos)”, disse o aventureiro.

Minas no Kosovo, ursos na Roménia e guerra na Ucrânia

Até aí, a viagem não será complicada. Mas o perigo adensa ao entrar numa das regiões mais conflituosas do atlas – os Balcãs -, onde teme encontrar minas abandonadas na região do Kosovo ou ser devorado por ursos na Roménia. O frio também será uma ameaça. Essa situação – dos ursos e do frio – voltará a repetir quando estiver na Finlândia, depois de passar pela Grécia, Turquia e subir no continente europeu através da Polónia e Bielorússia. “Vou tentar entrar na Ucrânia e ir a Kiev, mas não sei se será possível”.

Também quer ir à Rússia através da Finlândia, mas será outra incógnita que também só conhecerá desfecho “daqui a dois anos, sensivelmente”.

“A Rússia é o único pais que não sei se terei as portas abertas. Demoro mais ou menos dois anos a chegar lá e quero, pelo menos, tentar passar na fronteira de S. Petersburgo, na Finlandia. E também vou à Ucrânia, quero ir a Kiev e a Chernobyl”. 

Henrique espera ter mais pessoas a acompanharem a sua viagem, seja através do Facebook, Youtube, TikTok ou Instagram, e que alguma empresa, autarquia ou entidade ganhe a mesma coragem e apoie o “primeiro português de sempre a atravessar todos os países do continente europeu a pé”. 

Ajude o Henrique a chegar ao destino

Se quiser contribuir financeiramente para a viagem de Henrique Pereira, pode fazê-lo através dos seguintes canais:

GoFundMe: https://gofund.me/9cf3a8ae

MBWAY: 91 958 37 68

TB: Henrique Pereira

PT50.0036.0117.99100023136.64

 
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